Se você tem mais de 60 anos, seja bem vindo a esse clube que já soma mais de um bilhão de pessoas no mundo. Se você é jovem, prepare-se bem para a terceira idade. Enquanto isso, procure ver o idoso sem estereótipos. Ele é você amanhã.
Quanto mais cedo cultivarmos bons hábitos, despertamos para os valores espirituais e expandirmos a nossa consciência, mais confiança teremos em uma maturidade saudável e cheia de sabedoria, onde é possível quebrar os mitos desta velhice pintada com cores sombrias de inatividade e sofrimento.
É consenso entre os profissionais da área de saúde e gerontologistas que o termo "velho" empregado de forma pejorativa, trazendo a conotação daquilo que é ultrapassado, está fora de uso, sendo substituído por idoso, ou ainda,"a melhor idade".
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que, em 2026, o Brasil terá mais de 31 milhões de idosos. A maior população em números percentuais estará no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Estados que já têm uma expectativa de vida média acima de 78 anos. O que faz com que entidades de todas as áreas busquem se atualizar para bem atender esta geração que deseja, cada vez mais, a tão importante inserção social.
Em que tempo deve se colocar o limite entre a mocidade e a maturidade? A idade não explica tais diferenças, e não discrimina entre os felizes e infelizes. Da mesma forma que encontramos jovens desanimados, muitos idosos nos deixam a impressão clara de estarem vivendo a melhor idade de forma plena.
Em todas as etapas da vida, a criatura é tão jovem quanto os ideais que acalenta e tão envelhecida quanto à rigidez, o ceticismo e o desânimo que se entrega. Maturidade física, portanto, não é obstáculo para o ser que busca ser feliz.
Na visão analítica Junguiana, a primeira metade da vida é orientada, pela maioria das pessoas, pelos desejos do ego e da própria espécie humana, como reproduzir, conquistar e possuir. É o mundo exterior que encanta e chama. Na segunda metade, é o universo interior que nos atrai, denominado por Jung como "a aurora do espírito".
É inegável que a idade trás limitações físicas, diminui a nossa imunidade, exige maiores cuidados, mas a ciência médica tem evoluído muito e conseguido, além de aumentar a nossa expectativa de vida, prevenir muitas enfermidades e minimizar os malefícios das doenças crônicas, o que corresponde a mais qualidade de vida.
O envelhecer não é apenas uma fase da nossa vida, é a mais profícua de todas, quando acumulamos experiência para olharmos o mundo com mais sabedoria e tolerância, buscando aceitar os nossos erros com compreensão e os acertos com alegria. Uma fase de encontro e, especialmente, do nosso reencontro.
Para a Doutrina Espírita o ciclo da vida se altera consideravelmente entre os dois mundos. "Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei". Reconforta-nos e anima compreender que somos espíritos imortais, vivendo uma experiência humana e que estamos, momentaneamente, idosos. A exaustão das forças físicas é apenas mais um momento de aprendizado que Deus nos concede em nossas necessárias existências encarnatórias".
Texto: Jorge Brandão
Empresário e escritor espírita